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Taís Cristina

Entrevista com o professor de cinema João Paulo Dias

Colaboradora do Por Outro Olhar, Taís Cristina, conversa com o historiador e professor de cinema e audiovisual formado pela UFF


Quantos convites aceitamos sem saber as transformações que eles terão em nossas vidas? João Paulo Dias, em 2011, por indicação de um amigo, foi à cinemateca do MAM acompanhar o V Encontro Internacional de Cinema e Educação da UFRJ, organizado pelo CINEAD, e diante de seus acontecimentos e exibições, se percebeu apaixonado pelas potências do campo cinematográfico e suas ilimitadas explorações pedagógicas. Com 35 anos, é historiador e professor de cinema e audiovisual, além de colaborador do projeto de Extensão Educação, Cinema, Outros Territórios.


Em meio a amplitude de saberes e sorrisos que o fazer cinema o proporciona, a possibilidade de experimentar novas sensações é o que o movimenta. Visto como uma importante ferramenta expressiva para determinadas pedagogias na escola, João acredita que, por ser um campo epistemológico por si, o cinema não está necessariamente delegado às disciplinas sensório corporais de uma grade curricular regular da educação básica. Ele dialoga com disciplinas da comunicação, das ciências exatas, das ciências da natureza: "Além de ser um campo interdisciplinar, dentro das Artes, ele incorpora as demais linguagens reconhecidas no ensino, como artes visuais, sonoras, corporais, teatrais etc" diz ele cheio de sotaque.


Atualmente realizando mestrado na UFSJ, sua pesquisa está no mapeamento de filmes de diretores nativos que exploram a camada onírica em suas narrativas. Parte da premissa que a composição dos sonhos para as nossas sociedades ancestrais são fundamentais em sua composição de mundo, onde natureza e humanidade não estão separados. As camadas oníricas e as cosmogonias representadas nessas obras indígenas costumam apresentar materiais bem inventivos em termos de imagens em movimento e sons, explica João.


O que mais me encanta no cinema é a possibilidade de experimentar novas sensações.

Perguntado sobre a importância da aproximação entre o cinema e a infância, Dias afirma que a formação de repertório fílmico, se iniciada com antecedência, colabora para uma ampliação critica e sensorial dos educandos em processos de ensino e aprendizagem. Ele diz que acontece também dos alunos se interessarem por cinema ou outros elementos audiovisuais com uma idade mais avançada, desenvolvendo uma outra relação com a obra assistida. Isso está relacionado diretamente com essa formação do sujeitos, ou seja, caminhos que transbordam a comunidade escolar.

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